"Um país se faz com homens e livros"[Monteiro Lobato]

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domingo, 14 de março de 2010

Orgulho e Preconceito


O grande problema de um roteirista ao adaptar um livro para o cinema, seja ele qual for, é conseguir captar todas as nuances que o escritor deu ao seu trabalho na transposição. Justamente na forma como o roteiro de "Orgulho e Preconceito" foi tratado que reside o seu maior defeito: falta-lhe a ironia fina, a sagaz observação aos padrões da época que permeia cada entrelinha dos escritos de Jane Austen.

Austen (1775-1817), nascida em Hampshire, Inglaterra, foi a filha caçula de oito irmãos de uma família tradicional. Escreveu, aos quinze anos de idade, seu primeiro romance, Amor e Amizade, e em 1796 deu cabo a Primeiras Impressões, que acabou sendo recusado por um editor. Austen então o reescreveu totalmente, e o rebatizou de Orgulho e Preconceito, sendo este lançado somente em 1813, e que acabou se tornando seu romance mais famoso.

Orgulho e Preconceito, assim como as demais obras de Austen, acabou recebendo várias adaptações para o cinema. Greer Garson e Laurence Olivier, em 1940, já travavam as batalhas intelectuais do romance. Em 1995, foi a vez de Jennifer Ehle e Colin Firth, em uma aclamada minissérie feita para a televisão britânica. Dessa vez, os papéis principais ficaram com a irradiante Keira Knightley e o soberbo Matthew Macfadyen.A história do filme (ou do livro, como preferir) se centra na tradicional família Bennet, onde Sr. (Donald Sutherland, em notável atuação) e Sra. Bennet (Brenda Blethyn, escorregando de vez em quando) estão às voltas com o alvoroço que um recém-vizinho rico, Sr. Bingley (Simon Woods), tem causado em suas cinco filhas, principalmente em Jane (Rosamund Pike), que enxerga nele o casamento dos seus sonhos.

Naquela época, o enlace matrimonial era coisa séria: não casar significaria à pobre moça o estigma de solteirona, perdedora e infeliz. Portanto, não casar não era uma atitude feminista, simplesmente não era adequado à época.Elizabeth Bennet (Knightley) é uma moça à frente do seu tempo. Não tão bonita quanto a sua irmã e de uma sagacidade e inteligência superior, ela enxerga com outros olhos a vida e o seu destino. Mas acaba envolvida com o melhor amigo do Sr. Bingley, o aristocrata e pedante Sr. Darcy (Macfadyen). Inicialmente, como em toda história de amor que se preze, eles não se bicam: ela, por achá-lo soberbo; ele, por desprezar a condição social dela. Depois, ele acaba por se apaixonar por ela e, mesmo amarrado aos preceitos da época, se declara, mas é rejeitado. Até que enfim acertam os ponteiros.

É uma história de amor, sim, e das mais belas, mas o que falta ao filme é exatamente um olhar mais satírico por parte da roteirista estreante em cinema Deborah Moggach. Tanto é que o filme muitas vezes percorre a perigosa linha do "filme açucarado de mulherzinha". Mas há de elogiar o roteiro em uma questão: há diálogos inteiros do livro fielmente transpostos, algo rarísismo de se ver hoje em dia, o que prova que a roteirista manteve, acima de tudo, o respeito pela obra em questão.

O diretor Joe Wright, egresso da tevê e também estreante na tela grande, faz um trabalho bastante acadêmico, bem quadradinho. Pausado, não tem pressa em construir seus personagens e consegue envolver o espectador – e nesse ponto ajuda, e muito, a climática e solar trilha de Dario Marianelli. Em certo momento, a câmera de Wright passeia por cômodos mostrando vários personagens, em um belo momento de arrojo. Deve ter deixado James Ivory morrendo de inveja.



Nota: Para quem gosta do gênero, é um belo romance sem cenas reprováveis (coisa rara). É apropriado para discussão de valores e para comparações com os padrões morais de nossos dias e os comportamentos associados ao namoro e casamento. Um pouco do respeito que se dava à instituição na época (sem exageros, é claro) seria bom resgatar.


Fonte: Blog Criacionismo - Michelson Borges

5 comentários:

  1. Luciana 2º A (ceanm)
    eu axo que uma semelhança é que Elizabeth , e a Moreninha são moças avançadas para o seu tempo , e uma das diferenças na minha opinião é que , na Moreninha , é um amor mais sentimental mais ligado um com o outro , Carolina é mais '' grudada'' a Augusto ele se declara mais para ela , tem toda uma paixão mais ardente , e Elizabeth e Darcy no começo não vão com a cara um do outro , e seu amor é mais difícil . na minha opinião eu acho que é isso , não dá pra saber muito por que eu nao sei muito sobre o filme (:

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  2. Letícia Honório Valeriano 2ano'A' CEANM

    As semelhanças é que o personagem era uma mulher que se apaixonou por uma homem onde as pessoas diziam que ele era uma pessoa rude, desagradável onde ela começa um amor com ódio e onde ela percebe que ele não é tão rude e desagradável como as pessoas falam. Isso tem semelhança com o livro de moreninha onde uma mulher era apaixonada por um rapaz ele nem a olhava para ela onde tudo que ele quisesse ela fazia, seus cantos onde ela ficava lá na gruta onde ele dormiu e ao o ver ela chorou onde pingou lágrimas no olhoas dele onde ele pode enxergá-la de outro jeito e lágrimas cairam em seus ouvidos e pode escutar seu canto onde depois de tudo isso ela não o amava mais como elaa amava e ela amou do jeito que ela o amava.
    A diferença é que eles amaram para sempre mesmo dentro de amor e ódio e outro que deixou de amar ele um puco mais vivendo felizes do jeito deles.

    obrigada!!

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  3. Semelhancas
    ->E um romance urbano.
    ->Turbulacoes romantiscas.
    ->Amores eternos.
    ->Eles nao se bicavam,ate se apaixonar.

    Diferencas
    ->Orgulho e preconceito virou filme.

    Gessyca Guimaraes
    CEANM
    2 A
    Sarah

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  4. Semelhancas
    ->E um romance urbano.
    ->Turbulacoes romantiscas.
    ->Amores eternos.
    ->Eles nao se bicavam,ate se apaixonar.

    Diferencas
    ->Orgulho e preconceito virou filme.

    Gessyca Guimaraes
    CEANM
    2 A
    Sarah

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  5. - Semelhanças e diferenças entre os livros " A Moreninha" e "Orgulho e Preconceito"

    Em A Moreninha ocorre uma apaixonite aguda de Augusto por Carolina, e a forma com que ele encontra Carolina é muito parecida com a primeira vez que Mr. Darcy conhece Elizabeth em "Orgulho e Preconceito". Eles não queriam demonstrar a paixão que tiveram a primeira vista, dizem que não é bela o suficiente, que não dão importancia a jovens que são rejeitadas por outros homens, mas que pretende tratá-la com seriedade e muito respeito, nem se sujeitar a sofrer impertinências.

    Isabela Monise
    2ano A - CeANM

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