"Um país se faz com homens e livros"[Monteiro Lobato]

"Um país se faz com homens e livros"[Monteiro Lobato]

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dica Importante!


Queridos alunos,


Os livros desse Bimestre são:

1ano: O Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles

2ano: Dom Casmurro - Machado de Assis

3ano: Obras Literárias da UFG/2011


Vocês devem adquirir as obras, pois haverá uma avaliação com consulta no final desse mês!!!


Não precisam comprar um livro novo, procurem em bancas de revistas ou em "sebos"ou acessem pelo site http://www.dominiopublico.gov.br/ (é uma biblioteca virtual). Imprimam, quem optar por essa última sugestão.

Ler é muito importante!!! Vocês com certeza só tem a crescer através da degustação de bons livros...


Recadinhos para o 3ano: Lembrem-se dos seminários das obras literárias...

Além da expressão oral da análise literária, devem entregar aos colegas um material impresso contendo resumo da obra.O Valor desse trabalho é 10,0... Portanto, façam com capricho, ok?


Um Abraço,

Professora Sarah Bertolli.

domingo, 27 de junho de 2010

O que é Bullying?


O que é bullying?


Atos agressivos físicos ou verbais só são evitados com a união de diretores, professores, alunos e famílias


Renata Costa (Editora da Revista Nova Escola/ 2010)


Bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar".
Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. E, não adianta, todo ambiente escolar pode ter esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos.
Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática - prevenir é o melhor remédio. O papel dos professores também é fundamental. "Há uma série de atividades que podem ser feitas em sala de aula para falar desse problema com os alunos. Pode ser tema de redação, de pesquisa, teatro etc. É só usar a criatividade para tratar do assunto", diz.
O papel do professor também passa por identificar os atores do bullying - agressores e vítimas. "O agressor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar onde tudo se revolve pela violência verbal ou física e ele reproduz o que vê no ambiente escolar", explica o especialista. Já a vítima costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. "Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir", afirma Lauro. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno reage, a tendência é que a provocação cesse.
Claro que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. O que a escola precisa é distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o médico. Ao perceber o bullying, o professor deve corrigir o aluno. E em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais.
O médico pediatra lembra que só a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um agressor. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida a menos que seja tratado", diz. Uma das peças fundamentais é que este jovem tenha exemplos a seguir de pessoas que não resolvam as situações com violência - e quem melhor que o professor para isso? No entanto, o mestre não pode tomar toda a responsabilidade para si. "Bullying só se resolve com o envolvimento de toda a escola - direção, docentes e alunos - e a família", afirma o pediatra.

100 anos de vírgula


Sobre a Vírgula

(campanha dos 100 anos da ABI - Associação Brasileira de Imprensa)

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.

Não, espere.

Não espere...

Ela pode sumir com seu dinheiro.

23,4.2,34.

Pode criar heróis.

Isso só, ele resolve.

Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.

Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.

Não tenha clemência!

Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Onde deve ser colocada a vírgula?S

E O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO A SUA PROCURA.

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...

* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Estratégias para passar no Vestibular!



Conheça as histórias de três estudantes que podem servir de inspiração na corrida pela vaga no vestibular.
Vestibular é a conclusão de uma jornada de longo prazo. Tudo aquilo que foi aprendido durante a vida escolar será testado em uma série de provas. Por isso, a preparação para os exames exige dedicação. Dias e noites de estudo, abdicação de passeios e divertimentos fazem parte da rotina dos vestibulandos. Para servir de inspiração, o iG Educação selecionou as experiências de três estudantes que entraram de cabeça na meta de conseguir uma vaga no ensino superior.
Exemplo internacional Flávia Medina Cunha foi a única estudante brasileira a entrar no ano passado na Harvard University, uma das mais tradicionais e exigentes dos EUA. Também foi aprovada nos vestibulares da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e na Academia da Força Aérea (AFA).


Desde a infância, a dedicação ao estudo foi grande. Em casa, sempre foi estimulada a buscar conhecimento. “Na minha família todos são bem estudiosos. Meus irmãos são da Escola Naval e ambos são muito inteligentes e aplicados no estudo. Sempre os vi como um exemplo e fonte de inspiração”.


Flávia decidiu reforçar os esforços no ensino médio para atingir suas metas. Aluna do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), que ficou no 9º lugar no Enem entre as escolas públicas de todo o Brasil, complementou seus estudos no segundo ano com um curso preparatório para os vestibulares do Instituto Militar de Engenharia (IME) e para o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA).


No terceiro ano, as aulas no CMRJ passaram a ser em dois períodos e ela dedicava ainda em torno de 3 a 4 horas por dia de estudo em casa. Como consequência, Flávia conseguiu atingir suas metas e faz hoje o primeiro ano de Economia na instituição norte-americana.
Mais de uma opção
Começar cedo. Essa também foi a estratégia adotada por Leonardo Issa, estudante que está cursando o primeiro ano de Direito na Universidade de São Paulo (USP) e que também foi aprovado na Unesp, no vestibular 2010.


“Meus irmãos mais velhos e meus pais sempre me disseram para eu não deixar a matéria acumular, que o melhor era ir estudando sempre para que, quando chegasse a época do vestibular, eu não precisar me matar em cima dos livros”, conta o estudante, que seguiu o conselho familiar.


Issa diz que o terceiro ano do ensino médio foi realmente um período puxado de estudos, mas não deixou de aproveitar a vida por causa disso. “Eu sempre fui de me esforçar, mas desde o primeiro ano do ensino médio resolvi me dedicar mais. Acrescentei umas horas de estudo à minha rotina, mas não fiquei com a cabeça só nisso.”
Segundo ele, as saídas com os amigos e os exercícios físicos continuaram fazendo parte do seu dia. “Eu jogo futebol em categoria de base e nunca deixei de praticar por causa dos estudos. No terceiro ano, acabei tento um problema físico e não pude treinar. Usei mais tempo para estudar, mas se não fosse isso eu jogaria do mesmo jeito.”


Atrás do tempo perdido
Ser reprovado no vestibular é frustrante e ninguém quer nem pensar nessa hipótese. O estudante César Augusto dos Reis Mendes é um dos que não cogitam essa hipótese para este ano, pois acredita que já aprendeu a lição com os vestibulares que não conseguiu passar nos últimos três anos.
Cursando o ensino médio em escola estadual, Mendes fez a prova da Fuvest em 2007 para testar seus conhecimentos e viu que teria ainda de batalhar bastante para conquistar uma vaga no curso de medicina. “Eu fiz mais para saber como iria, mas sabia que não iria passar.”
Tentou novamente no ano seguinte e não passou nem mesmo para a segunda fase. Na terceira tentativa, a mesma frustração, mas percebeu que a pontuação estava ficando cada vez melhor com os esforços.


Para esse ano, Mendes promete que o resultado será diferente. “De setembro do ano passado para cá, comecei a estudar mais. Hoje passo por volta de 11 horas por dia lendo, praticando, só descanso meio período de domingo, quando saio com a minha namorada.”
Mendes faz cursinho pela manhã e à tarde estuda as matérias do dia. Até o ano passado, dividia seu tempo ainda com o trabalho, o que acabou prejudicando no vestibular. Neste ano, a dedicação ficou 100% nos livros. “Eu vi que o trabalho estava me atrapalhando e preferi parar. Não quero deixar acumular matéria e hoje só descanso quando entendo tudo. Não pretendo parar de estudar nem mesmo nas férias de julho. Vou usar esse tempo para tirar todas as dúvidas que ficarem do começo do ano.”


Os resultados já estão sendo visíveis, na opinião de Mendes. “Estou indo muito melhor nos simulados, estou entendendo até matérias em que sempre fui mal, como matemática e física. Até ajudo alguns colegas com as matérias. Se eu não conseguir passar no vestibular, pelo menos sei que estou aprendendo e que estou no caminho certo”, avalia o vestibulando.
Obs: Agradeço à coordenadora Geiza Pedrosa pelo envio dessa notícia.
Queridos vestibulandos, leiam a matéria com atenção!! Eu acredito em vocês!
;) Abraços.

domingo, 25 de abril de 2010

A Terceira Margem do Rio [Guimarães Rosa]


A Terceira margem do Rio
(Guimarães Rosa )



Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.

Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a idéia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou:


— "Cê vai, ocê fique, você nunca volte!"


Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: — "Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?" Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber.


Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo — a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais. A estranheza dessa verdade deu para. estarrecer de todo a gente. Aquilo que não havia, acontecia. Os parentes, vizinhos e conhecidos nossos, se reuniram, tomaram juntamente conselho.


Nossa mãe, vergonhosa, se portou com muita cordura; por isso, todos pensaram de nosso pai a razão em que não queriam falar: doideira. Só uns achavam o entanto de poder também ser pagamento de promessa; ou que, nosso pai, quem sabe, por escrúpulo de estar com alguma feia doença, que seja, a lepra, se desertava para outra sina de existir, perto e longe de sua família dele. As vozes das notícias se dando pelas certas pessoas — passadores, moradores das beiras, até do afastado da outra banda — descrevendo que nosso pai nunca se surgia a tomar terra, em ponto nem canto, de dia nem de noite, da forma como cursava no rio, solto solitariamente. Então, pois, nossa mãe e os aparentados nossos, assentaram: que o mantimento que tivesse, ocultado na canoa, se gastava; e, ele, ou desembarcava e viajava s'embora, para jamais, o que ao menos se condizia mais correto, ou se arrependia, por uma vez, para casa.


No que num engano. Eu mesmo cumpria de trazer para ele, cada dia, um tanto de comida furtada: a idéia que senti, logo na primeira noite, quando o pessoal nosso experimentou de acender fogueiras em beirada do rio, enquanto que, no alumiado delas, se rezava e se chamava. Depois, no seguinte, apareci, com rapadura, broa de pão, cacho de bananas. Enxerguei nosso pai, no enfim de uma hora, tão custosa para sobrevir: só assim, ele no ao-longe, sentado no fundo da canoa, suspendida no liso do rio. Me viu, não remou para cá, não fez sinal. Mostrei o de comer, depositei num oco de pedra do barranco, a salvo de bicho mexer e a seco de chuva e orvalho. Isso, que fiz, e refiz, sempre, tempos a fora. Surpresa que mais tarde tive: que nossa mãe sabia desse meu encargo, só se encobrindo de não saber; ela mesma deixava, facilitado, sobra de coisas, para o meu conseguir. Nossa mãe muito não se demonstrava.


Mandou vir o tio nosso, irmão dela, para auxiliar na fazenda e nos negócios. Mandou vir o mestre, para nós, os meninos. Incumbiu ao padre que um dia se revestisse, em praia de margem, para esconjurar e clamar a nosso pai o 'dever de desistir da tristonha teima. De outra, por arranjo dela, para medo, vieram os dois soldados. Tudo o que não valeu de nada. Nosso pai passava ao largo, avistado ou diluso, cruzando na canoa, sem deixar ninguém se chegar à pega ou à fala. Mesmo quando foi, não faz muito, dos homens do jornal, que trouxeram a lancha e tencionavam tirar retrato dele, não venceram: nosso pai se desaparecia para a outra banda, aproava a canoa no brejão, de léguas, que há, por entre juncos e mato, e só ele conhecesse, a palmos, a escuridão, daquele.


A gente teve de se acostumar com aquilo. Às penas, que, com aquilo, a gente mesmo nunca se acostumou, em si, na verdade. Tiro por mim, que, no que queria, e no que não queria, só com nosso pai me achava: assunto que jogava para trás meus pensamentos. O severo que era, de não se entender, de maneira nenhuma, como ele agüentava. De dia e de noite, com sol ou aguaceiros, calor, sereno, e nas friagens terríveis de meio-do-ano, sem arrumo, só com o chapéu velho na cabeça, por todas as semanas, e meses, e os anos — sem fazer conta do se-ir do viver. Não pojava em nenhuma das duas beiras, nem nas ilhas e croas do rio, não pisou mais em chão nem capim. Por certo, ao menos, que, para dormir seu tanto, ele fizesse amarração da canoa, em alguma ponta-de-ilha, no esconso. Mas não armava um foguinho em praia, nem dispunha de sua luz feita, nunca mais riscou um fósforo. O que consumia de comer, era só um quase; mesmo do que a gente depositava, no entre as raízes da gameleira, ou na lapinha de pedra do barranco, ele recolhia pouco, nem o bastável. Não adoecia? E a constante força dos braços, para ter tento na canoa, resistido, mesmo na demasia das enchentes, no subimento, aí quando no lanço da correnteza enorme do rio tudo rola o perigoso, aqueles corpos de bichos mortos e paus-de-árvore descendo — de espanto de esbarro. E nunca falou mais palavra, com pessoa alguma. Nós, também, não falávamos mais nele. Só se pensava. Não, de nosso pai não se podia ter esquecimento; e, se, por um pouco, a gente fazia que esquecia, era só para se despertar de novo, de repente, com a memória, no passo de outros sobressaltos.


Minha irmã se casou; nossa mãe não quis festa. A gente imaginava nele, quando se comia uma comida mais gostosa; assim como, no gasalhado da noite, no desamparo dessas noites de muita chuva, fria, forte, nosso pai só com a mão e uma cabaça para ir esvaziando a canoa da água do temporal. Às vezes, algum conhecido nosso achava que eu ia ficando mais parecido com nosso pai. Mas eu sabia que ele agora virara cabeludo, barbudo, de unhas grandes, mal e magro, ficado preto de sol e dos pêlos, com o aspecto de bicho, conforme quase nu, mesmo dispondo das peças de roupas que a gente de tempos em tempos fornecia.


Nem queria saber de nós; não tinha afeto? Mas, por afeto mesmo, de respeito, sempre que às vezes me louvavam, por causa de algum meu bom procedimento, eu falava: — "Foi pai que um dia me ensinou a fazer assim..."; o que não era o certo, exato; mas, que era mentira por verdade. Sendo que, se ele não se lembrava mais, nem queria saber da gente, por que, então, não subia ou descia o rio, para outras paragens, longe, no não-encontrável? Só ele soubesse. Mas minha irmã teve menino, ela mesma entestou que queria mostrar para ele o neto. Viemos, todos, no barranco, foi num dia bonito, minha irmã de vestido branco, que tinha sido o do casamento, ela erguia nos braços a criancinha, o marido dela segurou, para defender os dois, o guarda-sol. A gente chamou, esperou. Nosso pai não apareceu. Minha irmã chorou, nós todos aí choramos, abraçados.


Minha irmã se mudou, com o marido, para longe daqui. Meu irmão resolveu e se foi, para uma cidade. Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos. Nossa mãe terminou indo também, de uma vez, residir com minha irmã, ela estava envelhecida. Eu fiquei aqui, de resto. Eu nunca podia querer me casar. Eu permaneci, com as bagagens da vida. Nosso pai carecia de mim, eu sei — na vagação, no rio no ermo — sem dar razão de seu feito. Seja que, quando eu quis mesmo saber, e firme indaguei, me diz-que-disseram: que constava que nosso pai, alguma vez, tivesse revelado a explicação, ao homem que para ele aprontara a canoa. Mas, agora, esse homem já tinha morrido, ninguém soubesse, fizesse recordação, de nada mais. Só as falsas conversas, sem senso, como por ocasião, no começo, na vinda das primeiras cheias do rio, com chuvas que não estiavam, todos temeram o fim-do-mundo, diziam: que nosso pai fosse o avisado que nem Noé, que, por tanto, a canoa ele tinha antecipado; pois agora me entrelembro. Meu pai, eu não podia malsinar. E apontavam já em mim uns primeiros cabelos brancos.Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio — pondo perpétuo. Eu sofria já o começo de velhice — esta vida era só o demoramento. Eu mesmo tinha achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços, perrenguice de reumatismo. E ele? Por quê? Devia de padecer demais. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar do vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e no tombo da cachoeira, brava, com o fervimento e morte. Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranqüilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando idéia.Sem fazer véspera. Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá. Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele apareceu, aí e lá, o vulto.


Estava ali, sentado à popa. Estava ali, de grito. Chamei, umas quantas vezes. E falei, o que me urgia, jurado e declarado, tive que reforçar a voz: — "Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!..." E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo.Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n'água, proava para cá, concordado. E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos! E eu não podia... Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. Porquanto que ele me pareceu vir: da parte de além. E estou pedindo, pedindo, pedindo um perdão.Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio.



Texto extraído do livro "Primeiras Estórias", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1988, pág. 32, cuja compra e leitura recomendamos.
Estudo



1. Principais personagens
O pai, a mãe, o filho (personagem-narrador), a filha e o outro filho.
Observação: o fato de os personagens não terem nome reforça a idéia de que sua caracterização física e psicológica não é colocada em primeiro plano. O que prevalece é o referencial dos membros de uma família, uma vez que são identificados por termos como pai, mãe, etc.



2. Fatos principais
· O pai mandou fazer uma canoa.
· Disse adeus aos familiares e saiu reio afora.
· O pai percorria o rio em ponto eqüidistante das margens, indo e voltando pelas águas, mas sem sair daquele espaço próximo à sua casa.
· Parentes, amigos e conhecidos reuniram-se para tentar entender aquela atitude, fazendo cogitações sobre os possíveis motivos que o levaram a agir assim.
· O filho mais velho levava para a beira do rio um pouco de comida que pegava escondido.
· A mãe mandou chamar seu irmão para ajudar na fazenda e nos negócios.
· O tempo ia passando e o pai continua no seu percurso de ir e vir, sem aproximar-se das margens.
· A filha casou-se , teve um menino e quis mostrá-lo ao pai dela, levando-o para a beira do rio e esperando juntamente os outros familiares.
· A família chamou e esperou; o pai não apareceu e todos choraram.
· A filha mudou-se com o marido e o filho.
· O irmão mais novo resolveu ir para a cidade.
· A mãe, envelhecida, foi residir com a filha.
· O filho envelhecera e sofria os primeiros problemas da velhice.
· O filho foi para a beira do rio e acenou com um lenço.
· Avistou o pai e chamou por ele, propondo tomar o seu lgar na canoa.
· O pai ouviu, ficou de pé e fez um aceno, concordando.
· Ele fez a canoa rumar para o local onde estava o filho.
· Quando o filho viu o pai se aproximar, apavorou-se e correu dali.
· O filho adoeceu.
3. Clímax
O clímax do conto concentra toda a carga emocional que vai se acumulando ao longo da narrativa; é o momento que o pai, depois de tantos e tantos anos, faz um aceno para o filho quando ele se propõe a tomar seu lugar na canoa. Durante toda a história, todos esperavam qualquer comunicação com o pai, o que nunca ocorreu até esse momento específico da seqüência narrativa.



4. O desfecho
O desfecho é profundamente triste: o filho corre do pai e, conseqüentemente, dos sofrimentos que teria de passar, caso tomasse seu lugar na canoa. Essa atitude traz ao personagem um sentimento de culpa e de completo fracasso. Resta-lhe somente a experiência da morte iminente.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

LIVROS LITERÁRIOS DO VESTIBULAR


UFG 2010/2
1,BRITO, Ronaldo Correia de. Livro dos homens. Cosac & Naify.
2. DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. L&PM.
3. GALERA, Daniel. Mãos de cavalo. Cia das Letras.
4. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. Diversas editoras.
5. ALENCAR, José de. O demônio familiar. Diversas Editoras.
6. ARAÚJO, Luís. Minigrafias. Cânone editorial.
UEG
1. ANDRADE, Carlos Drummond (e outros). Elenco de Cronistas Modernos2. PRADO, Adélia. Bagagem3. AZEVEDO, Álvares. Noite na Taverna4. BARRETO, Lima. Os bruzundangas 5. ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó6. JORGE, Miguel. Ah, Shakespeare, que falta você me faz

PUC-GO
Nome - Arnaldo AntunesTratado geral das grandezas do ínfimo - Manoel BarrosO amor se esquece de começar - Fabrício CarpinejarO último voo do flamingo – Mia CoutoLisbela e o Prisioneiro - Lins OsmarCaminho das pedras - Divina PaivaCinzas da paixão e outras histórias - Maria Aparecida Rodrigues

quarta-feira, 31 de março de 2010

Aos meus alunos


Encontrei a essência de ser feliz: é partilhar, amar, doar sem esperar recompensa. Na vida encontramos problemas, tristezas... E isso se acumula diariamente, deixando o coração pesado de amargura e solidão, em seguida vem a ansiedade que nos arranca do sossego que tanto almejamos... Ah, como somos frágeis ao pensar que estamos sozinhos! Como somos preocupados com coisas tão fúteis e efêmeras... O sábio Salomão já dizia em Eclesiastes que é "como correr atrás do vento". Eu já me senti assim. Eu sei que você também. É uma crise existencial que afeta a humanidade de todas as épocas e classes.

Mas, parafraseando Olavo Bilac, quando abra a janela do meu quarto e olho para o céu estrelado, eu posso ver além das estrelas, da lua minguante e pálida, eu vejo além do céu pintado de azul escuro e denso. Eu sinto DEUS. E a esse pensamento - tão singelo e eterno - todos os meus tolos temores e preocupações me deixam, porque eu sei que há Alguém maior do que eu. Há Alguém maior do que meus problemas e mais importante do que a pessoa mais importante do mundo. Deus cuida de mim, ele tira de meu coração as ansiedades e Nele encontro paz e FELICIDADE.

Sim, queridos... Eu encontrei a essência de ser feliz, e afirmo que a Bíblia traz todos os segredos pormenorizados. Ser feliz é amar, doar e partilhar. Entretanto, eu aprendi que acima de tudo que existe, acima de todos os conceitos e ciência sobre esse assunto, ser feliz plenamente é ter Deus em nós.

Nessa semana minha igreja está tendo o privilégio de ter o editor da CPB e jornalista Michelson Borges entre nós dirigindo o culto, ele nos contou no sábado a história de uma jovem cantora que afirma que sua vida antes de conhecer a Cristo era triste com alguns poucos momentos de alegria, e agora que ela tem Deus no seu coração, ela é feliz e tem uns poucos momentos de tristeza. Depois da narrativa, ele perguntou "Vocês perceberam a diferença?"

Eu louvo a Deus todos os dias por Ele ser tão bondoso para comigo, uma pessoa tão frágil e ansiosa. Em Suas mãos eu deposito meus problemas e assim, não carrego sozinha meus fardos.

Queridos alunos do CASPL e CeANM, eu tenho orgulho de ser professora de vocês! Como fiquei feliz com o empenho que vocês tiveram em relação ao trabalho do Banner!

Eu também tenho a felicidade em minha vida porque tenho vocês como meus alunos!

Agradeço e peço a Deus todos os dias que possamos encontrar a felicidade. Eu oro para que nossas aulas sejam acompanhadas por anjos.

Obrigada pelo carinho, responsabilidade e sorrisos tão sinceros!

E hoje eu tenho para vocês um conselho, uma sugestão, que não é indicação literária, gramatical ou textual, é algo muito mais importante que isso:

Nesta noite, abra sua janela, olhe as estrelas do céu, sinta Deus conversar contigo. Permita que Deus te ajude com seus problemas e encontre a essência da felicidade!


Sarah Bertolli


Matéria feita pelo jornalista e editor da CPB Michelson Borges, o qua está realizando a Semana Santa "Lugar de Esperança"em minha igreja. Acesse o blog do Michelson: http://www.criacionista.blogspot.com/



Naquele domingo de manhã, Rosiene Honorato caminhava a esmo pelas ruas do bairro Jardim Pompeia, em Goiânia, GO. Três dias antes, a mãe dela havia falecido, o que a deixou desolada. Rosiene não estava conseguindo superar a perda. Quando passava pela Rua das Orquídeas, se deparou com a igreja adventista do bairro. Viu o portão aberto e resolveu entrar, mesmo não havendo culto ou reunião naquele momento. Apenas sentiu que deveria entrar.

A porta do templo estava fechada, por isso Rosiene caminhou pelo corredor lateral externo e surpreendeu a zeladora Júlia Gonçalves, que estava fazendo a limpeza do local. Júlia, que também era diretora do departamento de ministério pessoal da igreja, ao perceber o olhar de desespero da visitante, convidou-a a entrar na igreja para conversarem. Sentaram-se num dos bancos de madeira e Rosiene abriu o coração. Disse que queria muito rever a mãe e Júlia explicou que ela poderia revê-la na volta de Jesus. Explicou-lhe também que os mortos estão descansando na sepultura, inconscientes, até o dia da ressurreição.

Na segunda-feira, Júlia visitou Rosiene. Convidou-a a fazer parte de um pequeno grupo e da classe bíblica da igreja. Os filhos de Rosiene foram matriculados no clube de aventureiros (semelhante aos escoteiros, mas mantido pela Igreja Adventista). Rosiene e os filhos nunca mais deixaram de frequentar os cultos, pois naquela manhã em que o desespero lhe pesava no coração, ela encontrou na igreja um lugar de esperança.Hoje à noite, após meu sermão na Igreja Adventista de Jardim Pompeia, Rosiene e sua filha Camila foram batizadas pelo pastor distrital Juraci. Foi uma cerimônia emocionante que mostra a relevância da mensagem bíblica e da proclamação do evangelho num mundo carente de esperança.

Michelson Borges

P.S.: Na foto acima, tirada pela professora Sarah Bertolli, aparecem Júlia, Camila e Rosiene. Clique aqui para assistir ao vídeo.


Obs: A senhora Júlia é minha sogra.

sábado, 27 de março de 2010

Além da Magia


A resenha abaixo foi escrita pelo editor da Casa Publicadora Brasileira Michelson Borges.

Leia mais matérias e dicas em seu blog www.criacionista.blogspot.com! Vale a pena!


Quando recebi por e-mail o original do livro Além da Magia: A História do Garoto que Queria Ser Bruxo (CPB), confesso que fui tomado por um misto de estranheza, curiosidade e ceticismo. A estranheza e a curiosidade me foram causadas pelo título. E o ceticismo se originou da constatação de que o livro se tratava de um romance, e eu sei o quanto é difícil trabalhar com esse gênero literário; como é fácil descambar para o texto piegas, com personagens mal estruturados ou até mesmo inverossímeis. Mas, como todo “bom cético” deve fazer, procurei manter a mente aberta e passei a ler o material com atenção. Não deu outra. Fui fisgado! Cada palavra, cada frase e cada parágrafo convidavam à leitura do que vinha adiante. Era literatura mesmo. E das boas!

O livro agrada a todos os públicos e, para provar isso, comecei a lê-lo para minha esposa e minha filha mais velha, na época com cinco anos. Elas também não queriam interromper a leitura. De cético, passei a crente – crente de que a obra do Denis Cruz traria grande benefício aos leitores.

Eu não conhecia o Denis e quem nos colocou em contato foi uma amiga comum, a professora Marlene. Com o tempo, depois de muitos e-mails trocados, fiquei sabendo que o Denis nasceu em setembro de 1977 e conheceu Jesus no Instituto Adventista Paranaense, em 1992, tendo sido batizado em 1993. Formado em Direito, ele é oficial da Secretaria da Promotoria de Justiça do município de Mundo Novo, MS, na divisa com o Paraná e o Paraguai. Casado, pai de dois filhos, anda preocupado em como estará o mundo quando seus pequenos chegarem à tumultuada adolescência...Denis é um contador de histórias e um criador de personagens nato. “Sempre tive vontade de escrever algo para o público cristão, embora meus ‘traços’, por influência da mídia a que eu tinha acesso, eram mais voltados à fantasia e ao humor.” Graças a Deus, esse talento foi redirecionado! E foi brincando com os filhos que ele percebeu que também era capaz de criar histórias envolventes e personagens interessantes baseados na Bíblia ou com lições extraídas dela.

“Além da Magia surgiu justamente quando eu buscava entender mais a mecânica da escrita para o público juvenil” confidenciou-me. “Por curiosidade, li Harry Potter e cheguei a uma conclusão: ‘É fascinante.’ E esse fascínio me fez tremer.”Harry Potter e outros livros do gênero são fantasias escritas para crianças e jovens que os lêem como se fossem realidade. Denis pensou novamente em seus filhos e em pais e professores incautos que oferecem qualquer tipo de leitura às suas crianças, contentes por, pelo menos, elas estarem lendo. “A verdade é que a mente juvenil ficará fascinada pelo universo fantasioso apresentado nos livros”, diz Denis. “Então, em oração, pensei num personagem fascinado por esse universo e como ele se encontraria com o caminho correto.”

O resultado dessa oração e desse bom exercício imaginativo está em suas mãos. Um livro cujo objetivo – além do alerta – é falar sobre família, união, fé, perseverança, fidelidade, esperança, preconceitos e coragem para enfrentar o mundo.

(Michelson Borges, prefácio do livro Além da Magia)


Nota: recebi este e-mail do Denis, a propósito da postagem “A numerologia de Harry Potter”:

“Nada no livro de Rowling é por acaso.

O 11 é um numero que representa o próprio satanismo (não é à toa que as crianças entram na escola com 11 anos). Aliás, ao serem iniciados, os três personagens principais têm 11 anos, formando, assim, uma ‘tríade numérica satânica’.

Outro numero que aparece constantemente no livro é o 666 (de diversas formas).

Mas, as duas coisas que acho mais ‘interessante’ na obra:

“1. No primeiro livro, há uma profecia: nas primeiras linhas Rowling fala que Harry Potter será conhecido por todas as crianças do mundo (é incrível a forma como ela descreve, pois parece que conhece o futuro da obra).

“2. No último livro, Potter aceita morrer pelos amigos e, pasme, ressuscita em seguida. Depois disso, esse sacrifício protege toda a escola. Depois disso, ninguém mais é atingido pelo vilão. Semelhante com algo que conhecemos?”


Queridos...

É importante criarmos o hábito pela leitura, mas não basta lermos sem nenhum critério. O essencial é sabermos escolher bons livros, a fim de enchermos nossa mente com sabedoria.

Se ao ler um livro você se sente depressivo, incomodado, angustiado, pertubado pelas palavras, desconfie de que aquela leitura não é boa para você. Deus nos deu discernimento para escolhermos o que colocar em nossas mentes. Que escolhas você toma diariamente?


:*

Feliz Semana!!!

Fiquem com Deus.

Professora Sarah.

domingo, 14 de março de 2010

Orgulho e Preconceito


O grande problema de um roteirista ao adaptar um livro para o cinema, seja ele qual for, é conseguir captar todas as nuances que o escritor deu ao seu trabalho na transposição. Justamente na forma como o roteiro de "Orgulho e Preconceito" foi tratado que reside o seu maior defeito: falta-lhe a ironia fina, a sagaz observação aos padrões da época que permeia cada entrelinha dos escritos de Jane Austen.

Austen (1775-1817), nascida em Hampshire, Inglaterra, foi a filha caçula de oito irmãos de uma família tradicional. Escreveu, aos quinze anos de idade, seu primeiro romance, Amor e Amizade, e em 1796 deu cabo a Primeiras Impressões, que acabou sendo recusado por um editor. Austen então o reescreveu totalmente, e o rebatizou de Orgulho e Preconceito, sendo este lançado somente em 1813, e que acabou se tornando seu romance mais famoso.

Orgulho e Preconceito, assim como as demais obras de Austen, acabou recebendo várias adaptações para o cinema. Greer Garson e Laurence Olivier, em 1940, já travavam as batalhas intelectuais do romance. Em 1995, foi a vez de Jennifer Ehle e Colin Firth, em uma aclamada minissérie feita para a televisão britânica. Dessa vez, os papéis principais ficaram com a irradiante Keira Knightley e o soberbo Matthew Macfadyen.A história do filme (ou do livro, como preferir) se centra na tradicional família Bennet, onde Sr. (Donald Sutherland, em notável atuação) e Sra. Bennet (Brenda Blethyn, escorregando de vez em quando) estão às voltas com o alvoroço que um recém-vizinho rico, Sr. Bingley (Simon Woods), tem causado em suas cinco filhas, principalmente em Jane (Rosamund Pike), que enxerga nele o casamento dos seus sonhos.

Naquela época, o enlace matrimonial era coisa séria: não casar significaria à pobre moça o estigma de solteirona, perdedora e infeliz. Portanto, não casar não era uma atitude feminista, simplesmente não era adequado à época.Elizabeth Bennet (Knightley) é uma moça à frente do seu tempo. Não tão bonita quanto a sua irmã e de uma sagacidade e inteligência superior, ela enxerga com outros olhos a vida e o seu destino. Mas acaba envolvida com o melhor amigo do Sr. Bingley, o aristocrata e pedante Sr. Darcy (Macfadyen). Inicialmente, como em toda história de amor que se preze, eles não se bicam: ela, por achá-lo soberbo; ele, por desprezar a condição social dela. Depois, ele acaba por se apaixonar por ela e, mesmo amarrado aos preceitos da época, se declara, mas é rejeitado. Até que enfim acertam os ponteiros.

É uma história de amor, sim, e das mais belas, mas o que falta ao filme é exatamente um olhar mais satírico por parte da roteirista estreante em cinema Deborah Moggach. Tanto é que o filme muitas vezes percorre a perigosa linha do "filme açucarado de mulherzinha". Mas há de elogiar o roteiro em uma questão: há diálogos inteiros do livro fielmente transpostos, algo rarísismo de se ver hoje em dia, o que prova que a roteirista manteve, acima de tudo, o respeito pela obra em questão.

O diretor Joe Wright, egresso da tevê e também estreante na tela grande, faz um trabalho bastante acadêmico, bem quadradinho. Pausado, não tem pressa em construir seus personagens e consegue envolver o espectador – e nesse ponto ajuda, e muito, a climática e solar trilha de Dario Marianelli. Em certo momento, a câmera de Wright passeia por cômodos mostrando vários personagens, em um belo momento de arrojo. Deve ter deixado James Ivory morrendo de inveja.



Nota: Para quem gosta do gênero, é um belo romance sem cenas reprováveis (coisa rara). É apropriado para discussão de valores e para comparações com os padrões morais de nossos dias e os comportamentos associados ao namoro e casamento. Um pouco do respeito que se dava à instituição na época (sem exageros, é claro) seria bom resgatar.


Fonte: Blog Criacionismo - Michelson Borges

quarta-feira, 10 de março de 2010

Banner [Campanha de incentivo à leitura]


Queridos alunos do CASPL e CeANM!


Abaixo seguem algumas informações adicionais sobre a atividade da semana:

BANNER DE INCENTIVO A LEITURA NA ESCOLA

1. Organizem-se em grupos de 4 ou 5 pessoas.

2. Planejem a distribuição de tarefas, parte visual (desenhos, imagens) e a parte verbal (texto).

3. Sobre a parte visual: lembrem-se que a intenção é chamar a atenção dos leitores! Vocês são os publicitários de uma campanha muito importante e por isso, devem ser criativos na escolha de cada detalhe.

4. Sobre o texto:

- Deve ser curto, objetivo, claro, coeso, coerente e com letra legível.

- Deve abordar o assunto da leitura, sua importância, benefícios, dicas,conceito, etc.

- Vocês podem trabalhar diversos gêneros... Podem incluir no banner uma história em quadrinho, uma poesia, uma frase de algum famoso (por exemplo).

5. Depois do planejamento, digitem o texto.

6. Salvem em um cd ou pen-drive o texto e as imagens que vocês escolheram e o cabeçalho completo (segue abaixo), que deve ser colocado em um cantinho do banner.


Colégio Adventista _____________________________(preencher com o nome)

Campanha de Incentivo à leitura na escola/2010

Disciplina de Literatura

Professora: Sarah Suzane Bertolli

Alunos: ___________________________________________________ (nome completo de todos)

Turma: ____________ (preencher)


7. Na gráfica, mostrem o projeto e também peçam sugestões de designer, como as bordas, estilo de letras, cores, etc. Tentem conseguir um desconto.

8. O prazo de entrega do projeto é quarta-feira. Caso a gráfica demore mais tempo para entregar o banner, enviem um comentário aqui no blog, ok?

9. No dia da entrega, vocês devem estar organizados para apresentar o projeto para a sua turma. (obs: haverão pessoas convidadas e importantes...)

10. Se precisarem de ajuda, estou aqui a disposição de maiores esclarecimentos.


Coloquei uma lista nos comentários dos alunos que já me entregaram os nomes do grupo.

Deixe um comentário com os nomes dos componentes de seu grupo também.


AHhh...

O trabalho vale 10,0 pontos!!! Confio na capacidade criativa de vocês!!! :)

Um Abraço,

Professora Sarah.

domingo, 7 de março de 2010

O Valor de um SORRISO


Visita do Ministério do Sorriso à vila São Cotolengo


O dia amanheceu ensolarado, tão propício para um passeio, um banho de piscina na casa do amigo ou um churrasquinho familiar; mas os alunos do Colégio Adventista do Novo Mundo (Goiânia), talvez nem notaram, tampouco acordaram pensando em algo que fosse em benefício próprio...

Hoje o Ministério do Sorriso visitou a Vila São Cotololengo, localizada em Trindade -GO, é um local que abriga pessoas com deficiências físicas e mentais. As 7hs da manhã já estavam lá, reunidos, pintando os rostos já iluminados pela alegria de fazer o bem. Recebi o convite na sexta-feira para participar e como "marinheira de primeira viagem" fiquei maravilhada pelo próposito fascinante.

Foi chegar e já compreender. Palhaços, fadas, princesas, risadas, violão, Bíblia, música, felicidade, fantoches, animação. Jovens de seus 14, 15, 16 anos, que poderiam estar em qualquer outro lugar, mas escolheram estar ali, a fim de espalhar alegria!

Meu coração palpitava de ansiedade e contentamento, por fazer parte daquele Ministério! Palpitava ainda de orgulho, por ser professora daqueles pequenos semeadores de felicidade! Na vila vimos cenas que nos comoveram e nos fizeram valorizar coisas que consideravámos tão pequenas, mas fazem toda diferença. Pessoas como eu e você, que necessitam de amor. E ali estavámos para isso. Aos poucos, o sorriso foi desabrochando dos lábios daqueles rostos outrora tão tristes...

Tantos abraços carinhosos. Esther, Agenor, Fernando, Carlos, Maria., Sérgio. Tantos nomes que nos marcaram nesse dia. Sim, aquelas pessoas, tão sozinhas e carentes de afeto, ficaram felizes com a nossa presença. Mas, sem dúvida alguma, quem mais recebeu nesse dia de domingo, fomos nós mesmos. A satisfação de vê-los cantando conosco, dançando de contentes, sorrindo com as gracinhas, com os fantoches, foi algo que nunca se apagará de nossas mentes.

Alguns nos acompanharam durante todo o percurso, foram da maneira como podiam - uns a pé, outros na cadeira de rodas- nos apresentando seu estilo de vida. E que lugar bonito! Cheio de árvores e flores! Que pessoas usadas por Deus que ajudam ali diariamente!

Mas a vida daquelas pessoas não era "só flores", e essa realidade transparecia no olhar cabisbaixo, na postura tão cansada, entendiada, melancólica... Comoção e tristeza. Tristeza que virava alegria, através das cores da peruca do palhaço.

E cantamos! Como cantamos! "A alegria está no coração, de quem já conhece a Jesus... A verdadeira paz só tem aquele que já conhece a Jesus..." Então compreendemos, enfim foi revelado: o que nos impulsionou a estar ali, o que movia a vida deles, nosso Senhor Jesus!

Percebemos ainda que o valor de um sorriso é incalculável, imensurável.

E ao final, Carlinhos me abraçou (a última das três vezes) e disse "Eu nunca vou me esquecer de você".

Pode ter certeza, Carlinhos, que a verdade é que NÓS também jamais iremos te esquecer!

E não existe nada mais inesquecivelmente belo que um dia ensolarado de domingo...

sexta-feira, 5 de março de 2010

O Teólogo Newton


Pouca gente sabe que Isaac Newton, um dos maiores cientistas de todos os tempos, era também estudioso das profecias bíblicas. Surpreendentemente, a revista Sapiens nº 4 (“filha” da Superinteressante) chamou atenção para esse lado pouco conhecido da história. O texto, com a chamada de capa “A face oculta de Isaac Newton”, afirma que o cientista passou a vida estudando a Bíblia para “prever quando Jesus voltaria à Terra”. O subtítulo, por sua vez, deixa claro o preconceito embutido: “Isaac Newton, quem diria, era um religioso fanático”. Fanático? Na verdade, o fato de Newton não ver contradição entre ciência e religião deveria fazer os cientistas céticos de hoje reverem seus conceitos.

A matéria diz mais: “No caso de Newton, o misticismo e a religião não só conviveram com a ciência como a fortaleceram. ‘Seu mergulho profundo nas experiências alquímicas [...] e nas raízes da teologia pode ter influenciado seus pensamentos a respeito de uma visão mais ampla do Universo’, afirma Michael White, autor da biografia Isaac Newton – O Último Feiticeiro.”Segundo Sapiens, Newton morreu afirmando que o movimento e as órbitas dos planetas eram definidos por Deus, assim como a composição da matéria. “Se os homens, animais etc., tivessem sido criados por ajuntamentos fortuitos de átomos, haveria neles muitas partes inúteis, aqui uma protuberância de carne, ali um membro a mais”, escreveu o cientista, que “encarava o aprendizado como uma forma de obsessão, uma busca a serviço de Deus”, nas palavras de James Gleick, autor de Isaac Newton.No fim da matéria, somos informados de que, nos últimos dias de vida, Newton passou a dedicar mais tempo ao estudo da Bíblia. É bastante significativo o fato de que, depois de tanto estudar várias áreas do conhecimento, Newton tenha se dedicado à Bíblia. Teria percebido nela uma fonte mais coerente e segura de informações e de inspiração?

(Michelson Borges, editor) - http://www.criacionismo.blogspot.com/

quinta-feira, 4 de março de 2010

MAFALDA


CALVIN


DICAS DE PONTUAÇÃO [Para melhorar seu texto!]

GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Sintaxe


Pontuação
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc...
Divisão e emprego dos sinais de pontuação:

1- PONTO ( . )
a) indicar o final de uma frase declarativa.Ex.: Lembro-me muito bem dele.

b) separar períodos entre si.Ex.: Fica comigo. Não vá embora.
c) nas abreviaturasEx.: Av.; V. Ex.ª

2- DOIS-PONTOS ( : )
a) iniciar a fala dos personagens: Ex.: Então o padre respondeu: - Parta agora.

b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores.Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
c) antes de citaçãoEx.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

3- RETICÊNCIAS ( ... )
a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.

b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompletaEx.: - Alô! João está? - Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia.Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar)d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros- Raimundo Fagner)

4- PARÊNTESES ( ( ) )
a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas."Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)
Dicas: Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.

5- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
a) Após vocativoEx.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos)

b) Após imperativoEx.: Cale-se!
c) Após interjeiçãoEx.: Ufa! Ai!
d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocionalEx.: Que pena!

6- PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
a) Em perguntas diretasEx.: Como você se chama?

b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamaçãoEx.: - Quem ganhou na loteria? - Você. - Eu?!

7- VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.
DicasPodemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.
Não se separam por vírgula:

a) predicado de sujeito;
b) objeto de verbo;
c) adjunto adnominal de nome;
d) complemento nominal de nome;
e) predicativo do objeto do objeto;
f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa)
A vírgula no interior da oração: é utilizada nas seguintes situações:
a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café.A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.
b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.
c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.As pessoas, muitas vezes, são falsas.
d) separar elementos de uma enumeração.Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.
e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem.
f) separar conjunções intercaladas.Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva
.g) separar o complemento pleonástico antecipado.Ex.: A mim, nada me importa.
h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.i) separar termos coordenados assindéticos.Ex.: "Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)
Dicas: Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política.Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará.Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório.Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.
A vírgula entre oraçõesÉ utilizada nas seguintes situações:

a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.
b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.
Atenção: Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.
2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas),principalmente se estiverem antepostas à oração principal.Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar)

d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
Dicas: Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
e) separar as orações substantivas antepostas à principal.Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei

8- PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares: I- advertência; II- suspensão; III- demissão; IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V- destituição de cargo em comissão; VI- destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo)b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula.Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

9- TRAVESSÃO ( - )
a) dar início à fala de um personagem

Ex.: O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?
b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos
- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom
c) unir grupos de palavras que indicam itinerário
Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.

Dicas: Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativasEx.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.

10- ASPAS ( “ ” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares.

Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.
b) indicar uma citação textualEx.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. ( O prazer de viajar - Eça de Queirós)

Dicas: Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ' ' )
Recursos alternativos para pontuação:Parágrafo ( § )Chave ( { } )Colchete ( [ ] )Barra ( / )

quarta-feira, 3 de março de 2010

RECADINHO [SOBRE A TAREFA DE CASA]


Queridos alunos do CeANM e CASPL,


Parabéns pelas visitas e participação no blog!! Vocês demonstraram empenho!

Aos que responderam a atividade para casa (Florbela Espanca -1ano, Canção do Exilio-2ano e Fernando Pessoa-3ano): seus pontos já foram anotados.

Aos que NÃO responderam: façam as próximas atividades no prazo estabelecido, a fim de não perderem nota e nem esse momento produtivo de aprendizagem!


Nesta semana NÃO teremos tarefa no blog, devido as revisões e provas.

Entrentanto, sempre teremos atividades - todas as semanas- para fixar e melhorar o conteúdo já visto em sala, através de análises de texto e questões. (salvo em semanas de provas)


Obrigada!!!


Vocês são especiais para mim!!


Abraço:)


Professora Sarah

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O LIVRO FAVORITO


Não são poucos os que me perguntam sobre livros favoritos, frases que me deixaram marcas na alma, textos inspiradores prediletos... Esperam, talvez, que eu cite Shakespeare, Camões, Machado de Assis, Guimarães Rosa ou Homero. Oh, sim... eu li muitos (e quando eu digo muitos, acredite... foram muitos mesmos) livros bons, lindos, emocionantes... Eu era daquelas compulsivas literárias (agora recuperada, melhorada em seu gosto pelas palavras - ainda bem), que absorviam as palavras de algum clássico madrugada adentro...
E aprendi tanto com esses livros! Aprendemos a viver ao sentir as emoções das personagens!! Aprendemos do amor e das tristezas e a perceber as situações sob uma ótica mais madura, diferente. Sim, a literatura tem um poder de fascinação incrível! A palavra tem um poder magnífico e pode ser usada para as mais diversas intenções...
Conheci autores nacionais e de culturas novas e maravilhosas... Percebi o encanto dos clássicos e a ousadia, a modernidade dos contemporâneos. Tantos gêneros e estilos. Tantas personagens e lugares descritos que ficaram em minha memória literária.
Entretanto, posso ter muitas paixões por diversos livros... Mas, meu amor maior tem lugar (bem) ocupado em meu coração... E não hesito em dizer que meu livro favorito é a BÍBLIA.
Além de palavras confortadoras, narrativas de intensidade incomparáveis, poemas lindos, romance e história; a Bíblia nos fornece algo puro e incomparável: CONEXÃO COM DEUS. Sim, a Bíblia é meu livro favorito, porque é através dela que me aproximo de Deus, conheço meu Criador, meu Redentor e aprendo a viver mais e melhor, aprendo ainda a me relacionar com meus amigos (e também como tratar os ditos inimigos). Um livro completo, um estilo de vida do qual você jamais se arrependerá e que ensina o caminho para o Céu.
E eu indico a leitura desse livro tão completo e marcante.
E se você acha a leitura complicada, nublada talvez; tente LER antes de tirar conclusões. Experimente! Você perceberá que não existe literatura mais simples e mais nobre no mundo inteiro...
Beijos:)
Sarah.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

RECADINHO PARA MEUS ALUNOS


Queridos alunos do CASPL e CeANM,


A atividade dessa semana é:

* Para o 1ano - Florbela Espanca (sobre gêneros literários)

* Para o 2ano -Canção do Exílio (sobre romantismo no Brasil)

* Para o 3ano - Fernando Pessoa (sobre modernismo em Portugal)


Creio que essa metodologia utilizada para tarefas de casa será bem aproveitada e melhorará seus conhecimentos.


E AGUARDEM!!!


Em breve teremos nosso primeiro fórum de debate literário, com participação de diversos especialistas em Literatura e Redação! Você está convidado a participar desse grupo!


Beijos:)


Sarah Suzane.

Florbela Espanca


Chama Quente

Florbela Espanca


Gosto de ti apaixonadamente

De ti, és a vitória, a salvação

De ti, que me trouxeste pela mão

Até o brilho desta chama quente.


A tua linda voz de água corrente.

Ensinou-me a cantar... é essa canção

Foi ritmo nos meus versos de paixão

Foi graça no meu peito de descrente.


Bordão a amparar minha cegueira,

Da noite negra o mágico farol,

Cravos rubros a arder numa fogueira !


E eu, que era neste mundo uma vencida,

Ergo a cabeça ao alto, encaro o sol !

- Águia real, apontas-me a subida!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MAFALDA (Charge)


Canção do Exílio - Gonçalves Dias


Canção do exílio


Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;


As aves, que aqui gorjeiam,


Não gorjeiam como lá.




Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,


Nossos bosques têm mais vida,


Nossa vida mais amores.




Em cismar, sozinho, à noite,


Mais prazer encontro eu lá;


Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá.




Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;


Em cismar — sozinho, à noite


Mais prazer encontro eu lá;


Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá.




Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;


Sem que desfrute os primores


Que não encontro por cá;


Sem qu'inda aviste as palmeiras,


Onde canta o Sabiá.
Coimbra - julho 1843.

Dicas de Especialistas sobre REDAÇÃO

DICAS PARA UMA BOA REDAÇÃO
Um dos piores erros que os candidatos podem cometer em uma prova de redação é a extrema preocupação com a forma, com a gramática. O importante é que ele opine sobre o tema", explica a coordenadora da banca de avaliação de redações da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Marisa Magnus Smith.
Já faz tempo que o segredo de escrever uma boa redação deixou de ser o fato de não errar a gramática. Na opinião de especialistas, acima de tudo, uma boa redação de vestibular - que nada mais é do que um teste para averiguar a capacidade do estudante em opinar e refletir - deve conter argumentação bem colocada e bem fundamentada.
Para se sair bem em sua "defesa", os especialistas dizem que os candidatos não devem ficar "em cima do muro" (ora a favor, ora contra o tema), tampouco comprar opiniões do senso-comum. Se o candidato não estiver certo do que está dizendo e não expuser razões para pensar daquela forma o texto fica vazio. "O texto tem que ter posicionamento, se for exclusivamente informativo não é bom. Aliás, não dá nem para começar a escrever um texto se não tiver uma opinião. Um texto sem opinião não existe", reforça o professor de redação do Cursinho Anglo, Maurício Soares Filho.
Para entender melhor por que os especialistas defendem essa ideia é fácil: imagine que as drogas acabaram de ser legalizadas pelo governo. Segundo os especialistas, se as pessoas abrem o jornal e procuram um artigo sobre a questão e encontram um texto sem nenhuma argumentação ou opinião, elas não refletirão, além de chato de ler. Para eles, aquilo que o leitor espera de um articulista é o mesmo que um examinador de vestibular espera de um futuro universitário (especialmente se for de universidade pública): opinião e reflexão. De acordo com Soares Filho, para seu texto causar impacto, porém, a opinião deve estar muito clara. Por isso, a construção da redação deve valorizar seus argumentos. A ordem é apostar na organização da estrutura textual para não perder "o fio da meada". "Organizar as informações é o segredo para fazer que a opinião apareça", complementa Soares Filho.

Treinando um texto nota 10

Se a intenção é obter destaque por meio de uma boa argumentação, o que fazer para se preparar? Ler, ler, ler e escrever, escrever e escrever. "O hábito da leitura ajuda a desenvolver a escrita. Além disso, com a prática da redação, alguns padrões de textualidade são mais facilmente assimilados do que pelo professor a falar em sala de aula", enfatiza Marisa.
Para Soares Filho, a prova de redação é 50% leitura e 50% escrita. "Uma é conseqüência da outra. O primeiro passo para ter sucesso é ler o tema com muita atenção e, em seguida, posicionar sua opinião para definir o que será defendido".
Uma boa dica é ler editoriais, crônicas, artigos e textos assinados que emitam opinião sobre o tema que é retratado. Com isso, é possível criar uma bagagem de como e em que momentos é pertinente evidenciar as opiniões pessoais.
Outra dica valiosa é procurar ser autêntico. Na hora de escrever um texto sobre a legalização das drogas ou do aborto ninguém precisa "encarnar o revolucionário" para passar em um vestibular de uma universidade famosa por sua histórica política de contestação. A autenticidade do seu pensamento deve estar refletida em seu texto, nem mais, nem menos.
"Como professor, uma de minhas preocupações é esclarecer para os meus alunos que eles não devem fingir ser uma pessoa que não são na hora de escrever, pois assim, vão ter dificuldades em sustentar os argumentos, e fica muito fácil se contradizer, o que compromete a qualidade do texto", diz Maurício.
Por fim, a prova de redação serve para avaliar a capacidade do candidato de se comunicar por escrito, de fazer reflexão e de conseguir se expressar de maneira simples e coesa. Por isso é tão importante não ser superficial e mostrar uma visão crítica sobre o tema a ser discutido.

Fernando Pessoa


Autopsicografia


Fernando Pessoa


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama o coração.



Epifania?!

Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém "encontrou finalmente a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa" do problema. O termo é aplicado quando um pensamento inspirado e iluminante acontece, que parece ser divino em natureza (este é o uso em língua inglesa, principalmente, como na expressão I just had an epiphany, o que indica que ocorreu um pensamento, naquele instante, que foi considerado único e inspirador, de uma natureza quase sobrenatural).
.... Para quem estava se perguntando "O que significa isso?!"...
E agora já sabe o poder epifânico que a literatura tem em nossas vidas!!!